A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) marcou presença no programa Edição das 10h da Globo News com uma participação fundamental para esclarecer a população brasileira sobre o recente avanço no tratamento da Doença de Alzheimer. O Dr. Norberto Frota, diretor científico da ABRAz, forneceu detalhes sobre o novo medicamento recentemente aprovado pela Anvisa, explicando seus mecanismos de ação e benefícios para os pacientes.
Um marco após duas décadas de espera
A doença de Alzheimer, principal causa de demência no Brasil e no mundo, afeta mais de 1 milhão de brasileiros. Até o momento, os tratamentos disponíveis atuavam apenas nos sintomas, aumentando neurotransmissores que estão em falta no cérebro dos pacientes. O grande diferencial do novo medicamento está em sua capacidade de atuar diretamente em uma das causas da doença: o acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro.
“Essa proteína estar acumulada no cérebro é uma condição obrigatória para ter doença de Alzheimer. A gente sabe que essa proteína não é a única causadora da doença, mas ela é o primeiro passo, o pontapé inicial“, explicou Dr. Norberto Frota durante a entrevista.
Como funciona o novo medicamento?
Segundo o especialista da ABRAz, o novo tratamento promove uma verdadeira “limpeza cerebral”, ligando-se às áreas onde a proteína beta-amiloide está depositada e ajudando na sua remoção. Os resultados são comprovados por exames de imagem:
“Mais de 70% dos pacientes que usaram essa medicação, quando repetiram o exame após um ano e meio, apresentaram resultados normais“, destacou o Dr. Norberto Frota.
Resultados clínicos promissores
Embora não seja uma cura, o medicamento demonstrou capacidade de retardar significativamente a progressão da doença:
Atraso de até 7 meses na transição de fases da doença
Pacientes com esquecimento leve demoraram mais tempo para desenvolver dependência
Progressão mais lenta dos sintomas em comparação com tratamentos convencionais
“Não é que a doença parou em todos os pacientes, mas ela progrediu de forma mais lenta“, esclareceu o diretor científico da ABRAz, ressaltando que este é um avanço significativo após mais de 20 anos sem novos tratamentos para a condição.
Abordagem integral no tratamento
Durante a entrevista, Dr. Norberto Frota fez questão de enfatizar que o medicamento é apenas uma parte do tratamento. Pesquisas realizadas no Brasil demonstram que a atividade física aeróbica, como academia e musculação, também influencia na redução da taxa de progressão da doença e traz benefícios cognitivos comparáveis aos do novo medicamento.
“O remédio é só uma faceta do que quem tem doença de Alzheimer leve deve fazer. A atividade física é importantíssima e hábitos alimentares também são importantes para tentar retardar uma piora“, destacou.
Perspectivas futuras
A ABRAz, por meio de seu representante, também trouxe esperança sobre o futuro do tratamento para Alzheimer. Outras moléculas já aprovadas nos Estados Unidos estão sendo submetidas à Anvisa, além de estudos focados em diferentes aspectos da doença, como a inflamação cerebral e a proteína Tau.
“Provavelmente daqui a alguns anos a gente vai ter várias moléculas, vários tratamentos para evitar uma progressão da doença de Alzheimer, igual nós temos hoje para diabetes“, projetou Dr. Norberto.
O papel da ABRAz na disseminação de informações
A participação da ABRAz na Globo News reforça o compromisso da associação em levar informações precisas e atualizadas sobre a doença de Alzheimer à população brasileira. Como principal entidade representativa no país dedicada a esta condição, a ABRAz cumpre seu papel fundamental na educação pública e no apoio às pessoas que convivem com a doença.
“Esta nova medicação representa uma esperança real para quem já estava há mais de 20 anos sem nenhum tratamento novo para essa condição“, concluiu Dr. Norberto Frota.
Sobre a ABRAz: A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) é uma entidade sem fins lucrativos que tem como missão apoiar familiares e cuidadores de pessoas com Alzheimer e outras demências, além de promover a conscientização sobre a doença, estimular a pesquisa e defender os direitos dos pacientes. Fundada em 1991, a ABRAz possui regionais em diversos estados brasileiros, oferecendo suporte, informação e treinamento.