“Dar voz a quem vive o Alzheimer e nunca é ouvido: os moradores da periferia. A ideia surgiu quando fui a um evento da Abraz, em maio de 2013, na Câmara Municipal de São Paulo. Depois das palestras do Dr Paulo Canineu, da Vera (conhecida de todos!) e do Carlinhos Moreno (idem!), o microfone foi aberto à plateia (lotada). Nenhum repórter por lá. Formou-se uma fila no microfone posicionado no canto do auditório. Todos estavam ávidos para serem ouvidos. Apenas isso. Eram dramas, necessidades, carências psicológicas e materiais, ausência do Estado. Histórias nunca contadas. Saí de lá pensando sobre este envelhecer. Escrevi, então, o argumento do documentário que batizei de ‘Alzheimer na periferia’. Poderia ter um subtítulo. Mas preferi deixar que cada um escolha o seu. Sugeri a ideia para o meu cunhado, Albert Klinke, da produtora Malabar. Ele fez um magnífico trabalho de direção nesse seu primeiro longa metragem. O mais legal foi envolver nesse projeto a equipe de jovens da produtora. Foi um trabalho que, tenho certeza, sensibilizou todos os jovens envolvidos para o tema do envelhecimento, para a doença e para uma descoberta do potencial de um trabalho social. Cinco anos depois, estou aqui para convidar todo mundo para ouvir ao menos 5 de algumas das milhares dessas histórias nunca contadas.” (Jorge Felix).
Estreou, terça-feira, dia 04 de setembro, o longa-metragem Alzheimer na Periferia, um projeto da Malabar Filmes, com patrocínio exclusivo do Aché Laboratórios Farmacêuticos, que nasceu com o propósito de desmistificar a evolução e o tratamento da doença de Alzheimer, principalmente em famílias que vivem em condição de vulnerabilidade social. O documentário destaca a realidade de cinco núcleos familiares que residem em bairros carentes, localizados nas extremidades da cidade de São Paulo, e retrata as dificuldades enfrentadas no dia a dia tanto pelos portadores da doença quanto pelos cuidadores.
Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer, cerca de 50 milhões de pessoas sofrem com Alzheimer em todo o mundo, sendo 1,200 milhão apenas no Brasil. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos da doença deve aumentar 500% na América Latina até 2050. “Esse cenário está sendo impulsionado pelo aumento da expectativa de vida da população, principalmente em países mais pobres. Outros fatores, como obesidade, colesterol alto e diabetes também podem estar associados ao desenvolvimento de demência”, explica Dr. Eduardo Motti, diretor do Núcleo Médico do Aché.
Apesar de existirem tratamentos que prolonguem e garantam mais qualidade de vida aos pacientes, ainda não há cura para o Alzheimer. “O filme é um instrumento para conscientizar as pessoas sobre os principais sintomas da doença. É também uma forma de mostrar a realidade de famílias que apesar de poucos recursos, não desistem de lutar por seus familiares”, finaliza Albert Klinke, diretor do filme.
O filme Alzheimer na Periferia estará em cartaz nos cinemas da cidade de São Paulo.
Fonte: link.abraz.org.br/alzheimernaperiferia