Em uma recente e importante publicação, o jornal Correio Braziliense destacou um estudo revelador da University College London (UCL), publicado na revista The Lancet Psychiatry. A pesquisa aponta para a existência de seis sintomas específicos, manifestados na meia-idade, que podem indicar um risco elevado de desenvolver demência até duas décadas antes do seu surgimento. Esta descoberta ressalta a complexidade da relação entre a depressão e o declínio cognitivo, sugerindo que não é a depressão em si, mas sim um conjunto particular de experiências que pode influenciar a saúde cerebral a longo prazo.
Os sintomas identificados são um guia crucial para a prevenção e o diagnóstico precoce. Entre eles, destacam-se a perda de confiança em si mesmo, a dificuldade em lidar com problemas e a incapacidade de sentir carinho e afeto pelos outros. Completam a lista a constante sensação de nervosismo e tensão, a insatisfação com a execução de tarefas e as dificuldades de concentração.
A relevância desses achados reside na possibilidade de intervenções direcionadas. Pesquisadores e especialistas, como o neurologista Carlos Uribe do Hospital Brasília, enfatizam que a depressão pode, em alguns casos, ser um dos primeiros sinais de um quadro demencial. A compreensão de que sintomas como a perda de autoconfiança e a dificuldade em enfrentar desafios podem aumentar em até 50% as chances de declínio cognitivo reforça a necessidade de atenção a esses sinais.
A pesquisa sugere que esses sintomas podem levar a um menor engajamento social e a uma redução de experiências que estimulam a cognição, fatores essenciais para a manutenção da reserva cognitiva. Essa reserva é a capacidade do cérebro de compensar danos, permitindo que as funções de pensamento e funcionamento permaneçam normais, mesmo diante de alterações físicas. O estudo, que acompanhou mais de 5.800 adultos por 25 anos, com 10,1% deles desenvolvendo demência, demonstra a robustez de suas conclusões.
Para a ABRAz, essa matéria reforça a importância de um olhar atento à saúde mental e cognitiva ao longo da vida. Identificar e abordar esses sintomas precocemente pode abrir novas frentes para a prevenção da demência e para a promoção de um envelhecimento com maior qualidade de vida.
Convidamos nossos leitores a aprofundar seus conhecimentos e acessar a matéria completa no Correio Braziliense para mais detalhes sobre essa pesquisa fundamental: Seis sintomas predizem demência 20 anos antes.