Outubro é o mês escolhido para conscientização quanto ao câncer de mama nas mulheres. Com uma estimativa de 66.280 novos casos da doença (INCA, 2020), é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. O aumento de casos novos e sua mortalidade aumenta progressivamente após os 40 anos, por isso a importância do rastreamento das mulheres.
Por outro lado, o envelhecimento populacional aumentou o número de pessoas com Doença de Alzheimer, atingindo cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil! Uma doença neurodegenerativa, que destrói neurônios, causando comprometimento da memória e prejuízo das atividades da vida diária.
Assim, nota-se a tendência de encontrarmos cada vez mais mulheres, idosas, com um quadro demencial, iniciando um câncer de mama. Esta situação traz angústia e dúvidas pra família.
Então, o que devemos considerar nesta situação?
Primeiramente, entender que o rastreio do câncer de mama é indicado pelas principais instituições científicas até a idade de 75 anos, e até os 70 anos pelo Ministério da Saúde e INCA. Após essa idade, deve ser avaliado individualmente considerando a vontade da Idosa e família, suas condições de saúde como um todo, sua expectativa de vida e sua capacidade cognitiva para tomada de decisão.
No caso de idosas acima de 70 anos, com quadro de doença de Alzheimer, não deve ser realizado rastreamento rotineiro com mamografia. Avalia-se a mama pelo toque e em caso de notar algo alterado, realizar um exame de imagem.
Tendo aparecido um nódulo na mama, como proceder?
Será importante fazer a biopsia, uma avaliação geriátrica para diagnóstico global das condições de saúde e riscos, e então ponderar com o oncologista ou mastologista qual será a melhor estratégia para esta Idosa.
Teremos muitos desafios a considerar: a gravidade da Doença de Alzheimer, a capacidade de aderir ao tratamento, as doenças preexistentes, o apoio familiar, se o câncer é mais agressivo ou não. O tratamento deve ser pensado com cautela e organizado um plano terapêutico entre a equipe médica e família.
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Por Por Karoline Rodrigues
Médica Geriatra membro da SBGG/AM
Diretora científica da ABRAz/ AM