Irisina e a doença de Alzheimer

Uma verdade já observada e constatada de que exercícios físicos regulares constituem uma estratégia no combate à doença de Alzheimer, hoje já pode ser comprovada com estudos como o publicado no último dia 7 de janeiro de 2019 na revista científica Nature Medicine.

O estudo foi desenvolvido por cientistas dos institutos de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis e de Biofísica Carlos Chagas Filho, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com a Queen’s University, no Canadá, e demonstrou que a prática de exercícios físicos é fundamental para se tratar e prevenir o Alzheimer.

Irisina

A irisina, hormônio produzido pelos nossos músculos quando estamos praticando exercícios físicos, tem o importante papel de proteger o cérebro e restaurar a memória afetada pela doença. Recebe esse nome em homenagem à mensageira dos Deuses, Íris, e ajuda na comunicação entre os neurônios e na formação de memórias. O estudo evidenciou que pessoas com Alzheimer têm menos irisina no cérebro.

Testes realizados

Os testes foram feitos em camundongos com a doença — que produziam o hormônio ao fazer exercícios ou recebiam doses dele. Os autores explicaram que três novidades foram descobertas:

  1. Existem baixos níveis de irisina no cérebro de pacientes afetados pelo Alzheimer. Essa mesma deficiência foi vista nos camundongos que foram usados como modelo no estudo.
  2. reposição dos níveis de irisina no cérebro, inclusive por meio de exercícios físicos, foi capaz de reverter a perda de memória dos camundongos afetados pelo Alzheimer.
  3. A irisina regula os efeitos positivos do exercício físico na memória dos camundongos.

Novos estudos ainda precisam ser realizados. Ainda não se sabe, por exemplo, como a irisina atua para impedir que os neurônios sejam atacados pelas placas de β amiloide, característica da doença. Com esta comprovação é possível pensar na possibilidade de desenvolver medicamentos à base de irisina, pois as drogas utilizadas hoje possuem efeitos temporários.

As estratégias de prevenção e cuidados com a doença envolvem vários pilares, e esta descoberta vem enfatizar a atividade física como benefício não só para mente, mas para saúde global já comprovada.