O diagnóstico da doença de Alzheimer

O diagnóstico da doença de Alzheimer ou outras demências é fundamental na jornada de cuidado de pessoas e famílias envolvidas, pois é a partir do diagnóstico de demência que se consegue propor tratamentos, fazer planejamentos e proteger as pessoas com demência dos riscos que vão desde pequenos acidentes a diversos tipos de violência.
O Brasil não tem conseguido oferecer a essas pessoas e seus familiares o diagnóstico de Alzheimer ou outras formas de demência, estimando-se que pelo menos 1 milhão de idosos brasileiros tenham demência ainda não diagnosticada.
Os fatores desse quadro incluem: desconhecimento sobre a demência, preconceito por parte das famílias e profissionais de saúde, falta de capacitação e crença, por parte dos profissionais de saúde, de que o diagnóstico não é vantajoso. A dificuldade no acesso a exames laboratoriais e de neuroimagem, bem como o pouco tempo disponível para o médico atender cada cliente durante as consultas – o que requer analisar o histórico médico e realizar testes cognitivos de triagem – também contribuem para essa situação.
No SUS, não há uma Linha de Cuidado específica para Demência que possa organizar todo o atendimento, desde a prevenção, passando pela avaliação, diagnóstico, tratamento e seguimento ao longo do tempo.
A OMS, através do Pacto de Ação Global, em 2017, preconizou que, entre as suas metas, pelo menos 50% das pessoas com demência recebam o diagnóstico até 2025. O Brasil comprometeu-se com o Pacto e, ainda, aguardamos a aprovação de uma Política Nacional de Cuidado Integral em Alzheimer e outras demências, que deverá ser implementada através de um Plano Nacional de Demência (há um projeto de lei já aprovado no Senado e tramitando na Câmara que trata desse tema – PL 4.364/20).

Essa e outras propostas apresentadas na 17° Conferência Nacional de Saúde, realizada no começo do mês em Brasília, estão na Plataforma Brasil Participativo como prioridades da saúde pública nos próximos 4 anos.

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Por

Prof. Ms.Leandro Minozzo (Geriatra – Univ. FEEVALE)

Profa. Dra. Sônia Brucki (Neurologista, HC – FMUSP)

Profa. Ms. Walquiria Alves (Profa. de Educação Física, UEPA).

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